Cleópatra e a sua irmã Arsínoe

A BBC exibirá no próximo 23 de Março um documentário intitulado “Cleopatra: Portrait of a Killer” (“Cleópatra: Retrato de uma Assassina”) que será dedicado às vítimas da rainha ptolemaica, entre as quais se encontram a sua irmã Arsínoe (63 a.C. – 41 a.C.).

Arsínoe era mais nova que Cleópatra, mas parece ter partilhado o mesmo grau de ambição. Em 48 a.C. Júlio César fez com que ela e Ptolemeu XIV se tornassem co-regentes de Chipre, enquanto que Cleópatra e Ptolemeu XIII seriam co-regentes do Egipto. Insatisfeita com a posição, Arsínoe viaja para Alexandria, então capital do Egipto, onde promove uma revolta que resulta na sua aclamação como governante. Contudo, pouco tempo depois  é derrotada pelos romanos. César passeia-a como prisioneira em Roma, tendo depois permitido que ela se mudasse para o templo de Ártemis em Éfeso. Anos mais tarde Cleópatra, temendo a influência e ambição da irmã, pede a Marco António que a mande matar. Pode parecer chocante para a mentalidade moderna, mas na época e sobretudo nestes círculos do poder, a coisa resumia-se a matar ou ser-se morto.

Em 1926 foi encontrado num túmulo de Éfeso um sarcófago que continha um crânio. Na década de 90, Hilke Thur, da Academia Austríaca das Ciências, lançou a hipótese deste crânio ser o de Arsínoe, teoria que vem  agora a ser confirmada por um estudo forense.  Com base em tecnologia informática foi possível reconstituir o aspecto de Arsínoe, que seria o que se pode ver imagem que ilustra esta notícia do “The Times”. O estudo do crânio sugere que Arsínoe tinha características europeias, egípcias e negras. Dado que Arsínoe e Cleópatra partilhavam o mesmo pai, especula-se que Cleópatra seria também uma “mestiça”.

O jornal “Destak” traz hoje uma notícia sobre o assunto que poder ler aqui. A BBC Brasil também dedicou uma notícia à descoberta. Na versão internacional da BBC o arqueólogo Neil Oliver, apresentador do documentário, faz um resumo da descoberta num clipe áudio.